terça-feira, 21 de outubro de 2008

A laranja do vizinho é sempre mais docinha...

Assisti hoje a um começo de discussão, que só não se tornou ferrenha por falta de tempo. O que vem de fora é realmente melhor, ou todos somos iguais?

Primeiro vamos tentar entender essa história do “que vem de fora”. Isso nos remete aos tempos das primeiras navegações, a chegada dos espanhóis e portugueses no continente americano. Vários povos indígenas trataram os recém chegados como deuses (é importante lembrar que, nestas culturas, tudo que não podia ser explicado racionalmente era atribuído à divindade). O resultado? Bom, todos lembram da história.

Até hoje guardamos resquícios dessa cultura. Por isso costumamos dar maior valor a quem não é de nosso meio, quando esse alguém vem de um lugar que tem status (uma cidade grande, uma universidade conhecida, etc.). Por outro lado, se a pessoa vem de um lugar menor, ou de menos status, a consideramos como se tivesse menor valor.

Por outro lado, considerar que todas as pessoas têm o mesmo preparo para realizar uma determinada tarefa é, no mínimo, uma perigosa inocência. Sempre haverá pessoas mais, ou menos, preparadas. Isso depende das experiências pessoais, da formação, do interesse e, até mesmo, das características biológicas inatas!

Onde quero chegar com tudo isso? Bem, se eu prefiro a laranja do vizinho, é porque não gosto de nenhuma das minhas. Escolher uma pessoa de outro lugar para realizar determinada atividade significa considerar que no lugar onde vivemos não há ninguém competente para desenvolver a função. A meu ver significa desprezar os talentos locais. Quem acredita na possibilidade de desenvolvimento de uma cidade, deve, necessariamente, acreditar nas potencialidades de seu povo, não desprezá-lo.
Antes de cobiçar as laranjas do vizinho, prove o sabor de suas próprias... Pelo menos você poderá fazer uma escolha consciente.

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