Calma, não é um conto erótico. Em
tempos de erotização em novelas, músicas e programas ditos “populares”,
qualquer menção a intimidade lembra erotização.
Quando adolescente, li em uma
revista que cristais tinham a capacidade de guardar informações, desde que as
mentalizássemos perto deles. Não tive dúvidas, juntei uns trocados e comprei
uma bolinha de cristal. Fiz todo o procedimento, lavando-a em água corrente e
energizando no sol por três dias. Depois, guardava-a em um local seguro, para
que somente eu a tocasse.
Conversava com ela todos os
dias. Ou melhor, mentalizava meu dia-a-dia,
na esperança de que ficasse gravado no cristal. Talvez um dia a humanidade
encontrasse-o, como uma cápsula do tempo, pensava eu.
O tempo passou, amadureci, e o
cristal perdeu-se em meio a tantas mudanças. Não faz diferença. Hoje compreendo
que o importante não era o ritual, ou o cristal. O importante é que, enquanto
mentalizava, exercitava o autoconhecimento.
Talvez este seja o motivo do
blog. Enquanto escrevo, converso comigo mesmo e organizo ideias, pensamentos e
sentimentos. Enquanto escrevo, “olho para dentro” e conheço-me.
Quando trata-se de conversas
íntimas, vale qualquer meio: conversar com analista, com amigo, com a mãe, com
uma planta, com um cristal ou com os botões... tanto faz. O objetivo é que
importa.
Vemos
o mundo através de nosso ponto de vista. Quanto mais nos autoconhecermos, mais
poderemos compreender o mundo à nossa volta. E, assim, viveremos melhor, mais
saudáveis e felizes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário