sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sobre DOM e TREINO

Todos nós já assistimos, extasiados, aos dribles de diversos jogadores de futebol. Quando jogo com alguns de meus estudantes, e vejo a facilidade com que dominam a bola e passam por mim para fazer o gol, penso comigo “Isso é um dom!”. Mas vamos analisar mais de perto essa questão.
O dicionário Aurélio diz que dom é “1- dádiva, presente; 2- qualidade inata; 3- mérito, merecimento; 4- poder”.

Em relação ao dom de ensinar, considero que algumas pessoas, por suas experiências de vida, têm qualidades que facilitam seu trabalho. Mas não considero que haja um dom que exclua a necessidade de estudo e aperfeiçoamento. Imaginar que alguém, por sua condição inata, já tem talento suficiente para fazer algo é, em minha análise, um preconceito. Ter dom para algo é importante? Sim. Mas às vezes o esforço individual de alguém “sem dom” (se é que isso existe), supera sensivelmente as habilidades inatas de quem não se preocupa com seu aperfeiçoamento.

Voltando ao tema do futebol, percebemos que jogadores só são capazes de realizar suas jogadas mirabolantes por treinar diariamente. Observamos isso quando um jogador está lesionado e fica sem jogar algumas semanas. Nos primeiros treinos após sua volta aos gramados, o “dom” parece ter desaparecido, mas o esforço diário, o treino, o aperfeiçoamento, o trazem de volta ao condicionamento que permite fazer mágicas com a bola.

Em educação, somente o aperfeiçoamento contínuo torna o professor um ser capaz de estar à frente de seu tempo. Todo professor é um formador de opiniões e um exemplo para seus próprios educandos. Talvez por isso seja tão importante ter essa postura de eterna busca. O que convence mais um estudante: o discurso sobre a importância de estudar ou o exemplo? Repensar esta questão talvez seja um dos segredos para o sucesso...

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